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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

MENINO HOMEM

Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino”. (I Coríntios 13.11)


Há certas ocasiões na vida que nos levam a conclusões como esta que o Apostolo Paulo chegou. Quando entramos na faculdade, ou quando nos formamos, quando enfrentamos o altar do casamento, no nascimento de um filho, quando passamos por uma grande dificuldade, ou quando vencemos um grande desafio, geralmente a expressão utilizada é: “Entrou um menino e saiu um homem”.

Pensando nisso, tento traduzir, abaixo, um pouco dos meus atuais sentimentos em palavras:


menino homem


O menino se transforma em um homem.

Então o menino homem olha para o passado e percebe que algo mudou.

Parece que agora existe uma nova e maior compreensão dos fatos, e é possível fazer uma leitura diferente da vida.

O menino homem alcança mais um grau de maturidade, e aos poucos as coisas de menino vão ficando para trás.

Surgem as coisas de homem, que até então eram imperceptíveis para o menino.

Novos conceitos e fórmulas passam a reger a existência do menino homem.

Preocupações de outras escalas agora requerem um cuidado maior.

De repente o menino homem percebe que as coisas de menino já não cabem mais no seu modo de viver.

Chegou o momento de falar e pensar como um homem, raciocinar como se homem fosse.

O menino deve se transformar no homem, mas por ora ainda parece um menino homem, já que nunca ele deverá ser um homem menino.

Quantos medos e anseios, e quantas dúvidas e incertezas passam a sobrevoar os pensamentos do menino homem.

A simples tarefa de organizar tudo isso na mente já é algo em si custoso.

O menino quer ser homem, mas não sabe se saberá ser.

Vai vivendo, aprendendo, se formando, casando e vencendo.

Vem o filho, e mais uma vez deve entrar um menino e sair um homem.

Ainda é um menino homem, mas que pensa que sonha como um homem.

Às vezes se vê menino, mas já gosta de falar como um homem.

Para trás ficaram as coisas de menino, de um bom menino que sempre sonhou em ser um homem.


João Haroldo Bertrand

11.11.2011

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

QUEM É VOCÊ?

Essa é uma pergunta tão simples e ao mesmo tempo tão profunda. Ter a capacidade de definir quem se é de verdade não é algo tão fácil. Isso porque, somos altamente influenciados pelo meio em que vivemos e temos uma grande necessidade de aceitação, o que nos leva a assumirmos posturas que muitas vezes são contrárias a nossa real existência.

Buscamos objetivos, buscamos aceitação, queremos estar conectados a todas as novidades que são lançadas diariamente na comunidade em que vivemos. Para não ficar de fora vale tudo, inclusive prostituir a nossa própria identidade, abrindo mão de valores e princípios, e com o passar do tempo surge uma grande dúvida: quem nós somos de verdade? Nos tornamos aquilo que é conveniente para os outros, não temos mais uma identidade e não conseguimos mais nos encontrar dentro de nós mesmos.

Certa vez, li em algum lugar que conhecer a si próprio é impraticável e impossível, apenas conseguimos ter uma noção através de terceiros e, por essa razão, precisamos inventar deuses e religiões que nos darão medidas para mostrar se somos bons ou maus. De certa forma, encontro sentido nessa afirmação. Vejo-a como uma resposta à ânsia do autor em explicar o inexplicável, em querer encontrar sua própria identidade perdida.

No livro de Provérbios, o sábio Salomão diz que “... mais vale controlar o seu espírito do que conquistar uma cidade...” (Provérbios 16:32). Olhando para o nosso interior percebemos que ainda há muito para ser desvendado. Sabemos muito pouco a respeito de nós mesmos. Quem nós somos? Para que viemos? Qual a razão de tudo isso? Como diz a letra de uma música da banda Capital Inicial: “... o que você faz quando ninguém te vê fazendo...?”.

Perdemos o nosso referencial quando resolvemos virar as costas para o nosso Criador. Até então Ele era a nossa referência, mas um dia achamos que poderíamos encontrar em nós mesmos o padrão do que é certo e errado. Então quando nos tornamos o nosso próprio referencial, perdemos o sentido da nossa própria existência e perguntas relacionadas ao nosso próprio “eu” se tornaram complexas e quase impossíveis de serem respondidas. “Onde está você?” (Gênesis 3:9).

Quem é você? Talvez você nunca parou para pensar em responder essa pergunta, ou talvez você esteja a algum tempo procurando essa resposta. Você pode passar o resto da sua vida sem saber quem é de verdade, ou fazer como o autor desconhecido acima, que simplesmente procura saber quem é através do que pensam os que estão a sua volta, afirmando a total improbabilidade do auto conhecimento.

Existe ainda outra possibilidade diante dessa pergunta: recorrer ao Autor da vida, aquele que sustenta o Universo e tem poder para ser o referencial de tudo e de todos. Nele existem respostas aos porquês que tanto nos inquietam. Nele encontramos a razão de estarmos onde estamos. Nele aprendemos a viver a vida para a qual fomos chamados. Nele podemos ser nós mesmos, porque foi assim que Ele fez, e esse é o melhor de nós.

Pense nisso e responda ao convite Dele: “Venha, vamos refletir juntos” (Isaias 1:18).