Na
madrugada do último domingo, 235 jovens, na cidade de Santa Maria/RS,
não voltaram para casa. No final de tarde da sexta-feira anterior, um
amigo meu de infância foi brutalmente assassinado em um bairro
residencial de Curitiba.
Quando
nos deparamos com histórias como essas, surgem questionamentos em nossa
mente. Não é natural um pai enterrar o seu filho. Ficamos perplexos e
vulneráveis diante da morte, e somos tomados por uma profunda
tristeza.Muitas vezes, mesmo que com boas intenções, ficamos procurando
explicações para esse tipo de tragédia. Queremos de toda forma entender o
porque de tais acontecimentos. Surgem explicações das mais variadas,
alguns até atribuem, erroneamente, tais acontecimentos à justiça divina.
Quando Paulo escreve para a igreja em Roma, encorajando os irmãos
daquela comunidade a chorar com os que choram, ele não entra no mérito
do sofrimento daqueles que choravam. Paulo sabia que aqueles irmãos não
estavam livres do sofrimento. Ele sabia que ali haviam pessoas que
sofriam com doenças, mães que choravam pela morte de seus filhos, filhos
que cuidavam de seus pais já acamados, homens e mulheres vítimas das
mazelas do nosso mundo.
Em
algumas ocasiões da vida não há espaço para justificativas e
explicações. Como escreveu o autor de Eclesiastes: “... o tempo e o
acaso afetam a todos”. Em momentos trágicos como o ocorrido em Santa
Maria/RS, ou como o da família do meu amigo, as opções que nos restam é a
oração e o lamento.
Diante da morte devemos chorar com aqueles que estão chorando, crentes na esperança de que pela manhã toda a lágrima será enxugada.
Diante da morte devemos chorar com aqueles que estão chorando, crentes na esperança de que pela manhã toda a lágrima será enxugada.