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segunda-feira, 8 de outubro de 2012

INSEGUROS E PERFORMÁTICOS



Dou início a esta breve reflexão citando o autor Paulo Brabo em sua obra “A Bacia das Almas”: “... O capitalismo é religião: seu deus, ao contrário do que se pensa, não é o dinheiro, mas a performance”.
No sistema desse mundo somos cobrados o tempo todo pelo nosso desempenho. Na maioria das vezes o que somos não é levado muito em conta, mas o que conseguimos realizar é o que vale mais para preencher nossos currículos.
Por isso, pouco a pouco nos tornamos seres inseguros e performáticos. Inseguros, porque temos que mostrar que somos os melhores para desempenhar determinadas funções. Performáticos, porque não podemos demonstrar nossa insegurança.
A partir dessa realidade, vendemos uma imagem que está mais relacionada com o que podemos (ou pelo menos achamos que podemos) fazer do que com o que verdadeiramente somos. Necessitamos de um bom marketing pessoal e de um extenso networking, afinal de contas “quem não é visto não é lembrado”. A concorrência é muito grande, e a qualquer momento podemos ser facilmente substituídos por alguém com uma performance melhor.
Dessa forma, “colocamos máscaras” para garantir o nosso espaço. Para alcançar a tão sonhada aceitação, vendemos uma imagem daquilo que não somos, mas sim daquilo que pensamos que os outros esperam de nós. E tudo o que conseguimos conquistar e realizar se transforma em material para a nossa própria publicidade.
Na Bíblia, percebemos que no ministério de Jesus a dinâmica era bem diferente. Ele dificilmente divulgava o seu trabalho. Jesus não fazia os milagres para demonstrar que era filho de Deus, mas, por ser o filho de Deus, os milagres aconteciam. No Reino de Deus não precisamos nos preocupar com a nossa própria publicidade, porque o nosso valor não é medido pelo nível da propaganda, mas sim pela identidade que recebemos do Pai.
O nosso objetivo essencial como Igreja não deve consistir em descobrir as melhores estratégias de crescimento, ou em demonstrar nossa efetividade através de métodos ou do cumprimento de metas pré-estabelecidas. O Amor de Deus não pode ficar limitado aos nossos planejamentos. Ao contrário, esse Amor deve estar em nós. E em nós, ele deve ser confundido com a nossa própria existência. Assim como o Pai é visto no Filho, que ambos possam ser vistos em nós.
Felizes aqueles que encontraram o seu verdadeiro valor no Criador. Felizes os pobres, que choram, famintos por justiça. Felizes os fracos que reconhecem de onde vem a verdadeira força. Felizes aqueles que não se dobraram ao culto da performance.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

A GRAÇA DE SER PAI

Já fazia algum tempo que não postava nada aqui no blog. Como hoje faz uma semana que o Miguel nasceu, resolvi porstar o pequeno texto que escrevi para o editorial do último boletim de nossa igreja. Segue o texto:


A GRAÇA DE SER PAI

Nessa semana que passou, eu e minha esposa entramos em uma nova etapa de nossas vidas. Agora, somos os pais do pequeno Miguel.

Eu poderia tentar descrever esse momento que estamos vivendo, mas diante de todos os sentimentos que surgem, percebo que essa nova fase é praticamente indescritível. Fica muito difícil explicar a mistura do medo com a alegria, do choro com as risadas excessivas, da ansiedade com a tranquilidade, das inquietações com a impressionante paz de espírito. No entanto, o que mais me encanta nesse mesclado de emoções, é ver a maneira como Deus se revela.

Gosto de perceber a presença de Deus no cuidado e na aproximação dos nossos familiares. Admiro e reconheço que todas as demonstrações de afeto que recebemos, nasceram antes no coração do Pai Celeste. Admito que somente pela Graça de Jesus é que posso exercer a função de pai desse nenezinho. Assim como Tiago afirmou em sua epístola encontrada no Novo Testamento Bíblico (Tiago 1:17), estou convencido de que “toda a boa dádiva e de que todo dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das Luzes”.

Por isso, mais incrível do que viver esse momento fascinante, é reconhecer a presença de Jesus em meio a todo esse processo. Dele, por Ele e para Ele são todas as coisas. Nele vivemos, nos movemos e existimos. Em Jesus encontro a força para ser pai e, sendo pai, encontro a graça e o amor do Deus Pai. Uma graça revelada a todo o instante dessa nova etapa. Acredito ser essa a maravilhosa graça de ser pai!