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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

2009

Resolvi postar um texto que escrevi no começo do ano... Na época achei que daria algum problema... Mas hoje acho que não... hehehe...

Que o ano de 2009 seja repleto de comunhão com Aquele que a cada dia me surpreende mais com tamanha Graça e Amor... que Ele nos abençoe...

P.S. Por favor, para aqueles que não entendem muito bem a Graça do nosso Deus, e gostam de seguir o V.T. à risca, vivendo de baixo da lei, não vamos apedrejar esse menino do texto só porque eu não gravei um CD em 2008, quem sabe em 2009... hehehe... brincadeirinha...

No último domingo estava dirigindo o momento de louvor na minha igreja, quando um menino subiu no palco e começou a orar comigo. Ele era um daqueles “profetas” que gostam de falar em nome de Deus. Logo começaram as previsões. Entre palavras em outra língua, ele me dizia, na minha língua, que via um CD. Eu gravaria um disco e Deus me usaria muito, se eu estivesse firme. Não me lembro as palavras usadas ao certo, mas essa do CD me marcou... Imagine eu, gravando...
Normalmente, eu teria ficado irritado com essa atitude. Ainda mais porque não vi esse menino ir orar com outras pessoas. Talvez com alguém que estivesse sentado lá no fundo, chorando porque seus filhos estão afastados de Deus; ou com alguma senhora que tem como ministério chegar mais cedo e limpar todas as cadeiras para eu e ele sentarmos; ou ainda quem sabe orar com alguém que não conhece a Jesus, que entrou ali naquela noite e não faz Idéia do amor que o Pai tem por ele. Mas esse “profeta” não. Sua “profecia” vinha direto para o “ministro de louvor”. Por favor...
Mas na hora fiquei quieto, e logo em seguida agradeci a Deus porque posso falar com Ele diretamente. Reconheci que sem Deus não há valor em mim, que sou como um vaso de barro que apenas serve para ser quebrado. Mas quando estou cheio do Espírito Santo meu valor é maior que qualquer bem nesse mundo, não por minha causa, mas por causa do Tesouro que está em mim. Depois lamentei por esse menino. Na verdade, ele precisa conhecer mais o caráter de Cristo e o que diz a sua Palavra; precisa ler sobre a vida de Paulo em atos, e ler as cartas que ele escreveu para as igrejas que fundou; precisa olhar para Jesus e aprender a controlar mais suas emoções, andando pela fé e não pelo que sente; e por fim entender que Deus é o único Todo Poderoso, que sabe todas as coisas e está em todo lugar. Porque dEle, por Ele e para Ele são todas as coisas. A ele seja a Glória para sempre! Amém.
Cansei de pessoas que desvalorizam a morte de Jesus; que não entendem o sentido do véu rasgado; que não conseguem se contentar com as Sagradas Escrituras; que necessitam ouvir outras vozes além da voz de Deus; que quando vão orar precisam subir num tablado de madeira que chamam de altar. Cansei dos que se dizem apóstolos, profetas, levitas, que criam uma classe hierárquica, onde o menor é aquele que serve. Falam e ouvem a respeito de Deus, mas não o conhecem, não andam com Ele e não conseguem vê-lo.
Nesse novo ano quero ser mais amigo de Deus, me relacionar com o Pai de tal forma que o meu caráter se torne igual ao dEle. Quero viver como Jesus viveu, orar como Ele orou, servir como Ele serviu, amar como Ele me ama e perdoar como Ele me perdoou. Vou procurar fazer mais e falar menos, aparecer menos, diminuir para que o Senhor cresça. Vou buscar relacionamentos que possa levar para vida eterna, valorizar momentos com minha família, fortalecer amizades. Terei mais momentos a sós, onde poderei admirar as noites enluaradas, o formato das nuvens, a beleza das flores, louvar e ouvir o Criador. Vou valorizar o silêncio e os meus momentos de leitura. Quero compor canções que falem de amor e exaltem a Deus. Quero passar mais tempo orando, e quando for orar, vou entrar no meu quarto e falar com meu Pai, que está em secreto, e então Ele me recompensará.

NELE, com quem tenho livre acesso através de Jesus, o Cristo...


João Haroldo Bertrand

07.01.2008


quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL

Aqui vai um artigo do Reinaldo Azevedo que saiu na revista Veja dessa semana... P'ra parar p'ra pensar... Que este natal seja o renascimento de poetas e poemas, de canções de amor, de sonhos, de jardins repletos de felicidade... Deus abençoe a todos...



QUE DEUS É ESTE?

"Boa parte das nações e dos homens celebra, nesta semana, o nascimento do Cristo, e uma vez mais nos perguntamos, e o faremos eternidade afora: qual é o lugar de Deus num mundo de iniqüidades? Até quando há de permitir tamanha luta entre o Bem e o Mal? Até Ele fechou os olhos diante das vítimas do nazismo em Auschwitz, dos soviéticos que pereceram no Gulag, da fome dizimando milhões depois da revolução chinesa? E hoje, "Senhor Deus dos Desgraçados" (como O chamou o poeta Castro Alves)? Darfur, a África Subsaariana, o Oriente Médio... Então não vê o triunfo do horror, da morte e da fúria? Por que um Deus inerme, se é mesmo Deus, diante das "espectrais procissões de braços estendidos", como escreveu Carlos Drummond de Andrade? Que Deus é este, olímpico também diante dos indivíduos? Olhemos a tristeza dos becos escuros e sujos do mundo, onde um homem acaba de fechar os olhos pela última vez, levando estampada na retina a imagem de seu sonho – pequenino e, ainda assim, frustrado...Até quando haveremos de honrá-Lo com nossa dor, com nossas chagas, com nosso sofrimento? Até quando pessoas miseráveis, anônimas, rejeitadas até pela morte, murcharão aos poucos na sua insignificância, fazendo o inventário de suas pequenas solidões, colecionando tudo o que não têm – e o que é pior: nem se revoltam? Se Ele realmente nos criou, por que nos fez essa coisa tão lastimável como espécie e como espécimes? Se ao menos tirasse de nosso coração os anseios, os desejos, para que aprendêssemos a ser pedra, a ser árvore, a ser bicho entre bichos... Mas nem isso. Somos uns macacos pelados, plenos de fúrias e delicadezas (e estas nos doem mais do que aquelas), a vagar com a cruz nos ombros e a memória em carne viva. Se a nossa alma é mesmo imortal, por que lamentamos tanto a morte, como observou o latino Lucrécio (séc. I a.C.)? Se há um Deus, por que Ele não nos dá tudo aquilo que um mundo sem Deus nos sonega?Evito, leitor, tratar aqui do mistério da fé, que poderia, sim, responder a algumas perplexidades. O que me interessa neste texto é a mensagem do Cristo como uma ética entre pessoas, povos e até religiões. Não pretendo, com isso, solapar a dimensão mística do Salvador, mas dar relevo a sua dimensão humana. O cristianismo é o inequívoco fundador do humanismo moderno porque é o criador do homem universal, de quem nada se exigia de prévio para reivindicar a condição de filho de Deus e irmão dos demais homens. É o fundamento religioso do que, no mundo laico, é o princípio da democracia contemporânea. Não por acaso, a chamada "civilização ocidental" é entendida, nos seus valores essenciais, como "democrática" e "cristã". Isso tudo é história, não gosto ou crença.Falo das iniqüidades porque é com elas que se costuma contrastar a eventual existência de uma ordem divina. Segundo essa perspectiva, se o Mal subsiste, então não pode haver um Deus, que só seria compatível com o Bem perpétuo. Ocorre que isso tiraria dos nossos ombros o peso das escolhas, a responsabilidade do discernimento, a necessidade de uma ética. Nesse caso, o homem só seria viável se isolado no Paraíso, imerso numa natureza necessariamente benfazeja e generosa. O cristianismo – assim como as demais religiões (e também a ciência) – existe é no mundo das imperfeições, no mundo dos homens. Contestar a existência de Deus segundo esses termos corresponde a acenar para uma felicidade perpétua só possível num tempo mítico. E as religiões são histórias encarnadas, humanas.Em Auschwitz, no Gulag ou em Darfur, vê-se, sem dúvida, a dimensão trágica da liberdade: a escolha do Mal. E isso quer dizer, sim, a renúncia a Deus. Mas também se assiste à dramática renúncia ao homem. Esperavam talvez que se dissesse aqui que o Mal Absoluto decorre da deposição da Cruz em favor de alguma outra crença ou convicção. A piedade cristã certamente se ausentou de todos esses palcos da barbárie. Mas, com ela, entrou em falência a Razão, humana e salvadora.Fé e Razão são categorias opostas, mas nasceram ao mesmo tempo e de um mesmo esforço: entender o mundo, estabelecendo uma hierarquia de valores que possa ser por todos interiorizada. As cenas das mulheres de Darfur fugindo com suas crianças, empurradas pela barbárie, remetem, é inevitável, à fuga de Maria e do Menino Jesus para o Egito, retratada por Caravaggio (1571-1610) na imagem que ilustra este texto – o carpinteiro José segura a partitura para o anjo. As representações dessa passagem, pouco importam pintor ou escola, nunca são tristes (esta vem até com música), ainda que se conheça o desfecho da história. É o cuidado materno, símbolo praticamente universal do amor de salvação, sobrepondo-se à violência irracional que o persegue.Nazismo, comunismo, tribalismos contemporâneos tornados ideologias... São movimentos, cada um praticando o horror a seu próprio modo, que destruíram e que destroem, sem dúvida, a autoridade divina. Mas nenhum deles triunfou sem a destruição, também, da autoridade humana, subvertendo os valores da Razão (afinal, acreditamos que ela busca o Bem) e, para os cristãos, a santidade da vida. Todas as irrupções revolucionárias destruíram os valores que as animaram, como Saturno engolindo os próprios filhos. O progresso está com os que conservam o mundo, reformando-o.Pedem-me que prove que um mundo com Deus é melhor do que um mundo sem Deus? Se nos pedissem, observou Chesterton (1874-1936), pensador católico inglês, para provar que a civilização é melhor do que a selvageria, olharíamos ao redor um tanto desesperados e conseguiríamos, no máximo, ser estupidamente parciais e reducionistas: "Ah, na civilização, há livros, estantes, computador..." Querem ver? "Prove, articulista, que o estado de direito, que segue os ritos processuais, é mais justo do que os tribunais populares." E haveria uma grande chance de a civilização do estado de direito parecer mais ineficiente, mais fraca, do que a barbárie do tribunal popular. Há casos em que é mais fácil exibir cabeças do que provas. A convicção plena, às vezes, é um tanto desamparada.Este artigo não trata do mistério da fé, mas da força da esperança, que é o cerne da mensagem cristã, como queria o apóstolo Paulo: "É na esperança que somos salvos". O que ganha quem se esforça para roubá-la do homem, fale em nome da Razão, da Natureza ou de algum outro Ente maiúsculo qualquer? E trato da esperança nos dois sentidos possíveis da palavra: o que tenta despertar os homens para a fraternidade universal, com todas as suas implicações morais, e o que acena para a vida eterna. O ladrão de esperanças não leva nada que lhe seja útil e ainda nos torna mais pobres de anseios.O cristianismo já foi acusado de morbidamente triste, avesso à felicidade e ao prazer de viver, e também de ópio das massas, cobrindo a realidade com o véu de uma fantasia conformista, que as impedia de ver a verdade. Ao pregar o perdão, dizem, é filosofia da tibieza; ao reafirmar a autoridade divina, acusam, é autoritário. Pouco afeito à subversão da autoridade humana, apontam seu servilismo; ao acenar com o reino de Deus, sua ambição desmedida. Em meio a tantos opostos, subsiste como uma promessa, mas também como disciplina vivida, que não foge à luta.Precisamos do Cristo não porque os homens se esquecem de ter fé, mas porque, com freqüência, eles abandonam a Razão e cedem ao horror. Sem essa certeza, Darfur – a guerra do forte contra o indefeso, da criança contra o fuzil, do bruto contra a mulher –, uma tragédia que o mundo ignora, seria ainda mais insuportável".

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

SERÁ QUE VOU REZAR?

"SOU UM ADMIRADOR de Gandhi. Cheguei mesmo a escrever um livro sobre ele. Estou planejando convocar os amigos para uma homenagem póstuma a esse grande líder pacifista e vegetariano. Pensei que uma boa maneira de homenageá-lo seria um evento numa churrascaria, todo mundo gosta de churrasco, um delicado rodízio com carnes variadas, picanhas, filés, costelas, cupins, fraldinhas, lingüiças, salsichas, paios, galetos e muito chope. O grande líder merece ser lembrado e festejado com muita comilança e barriga cheia!
Eu não fiquei doido. O que fiz foi usar de um artifício lógico chamado 'reductio ad absurdum' que consiste no seguinte: para provar a verdade de uma proposição, eu mostro os absurdos que se seguiriam se o seu contrário, e não ela, fosse verdadeiro. Eu demonstrei o absurdo de se celebrar um líder vegetariano de hábitos frugais com um churrasco.
Uma homenagem tem de estar em harmonia com a pessoa homenageada para torná-la presente entre aqueles que a celebram. Uma refeição, sim. Mas pouca comida. Comer pouco é uma forma de demonstrar nosso respeito pela natureza. Alface, cenoura, azeitonas, pães e água.
Escrevo com antecedência, hoje, 27 de novembro, um mês antes, para que vocês celebrem direito. A celebração há de trazer de novo à memória o evento celebrado.
É uma cena: numa estrebaria uma criancinha acaba de nascer. Sua mãe a colocou numa manjedoura, cocho onde se põe comida para os animais. As vacas mastigam sem parar, ruminando. Ouve-se um galo que canta e os violinos dos grilos, música suave... No meio dos animais tudo é tranqüilo. Os campos estão cobertos de vaga-lumes que piscam chamados de amor. E no céu brilha uma estrela diferente. Que estará ela anunciando com suas cores? O nascimento de um Deus?
É. O nascimento de um Deus. Deus é uma criança.
O nascimento do Deus criança só pode ser celebrado com coisas mansas. Mansas e pobres. Os pobres, no seu despojamento, devem poder celebrar. Não é preciso muito.
Um poema que se lê. Alberto Caeiro escreveu um poema que faria José e Maria, os pais do menininho, rir de felicidade: 'Num meio-dia de fim de primavera, tive um sonho como uma fotografia: Vi Jesus Cristo descer a terra. Veio pela encosta do monte tornado outra vez menino. Tinha fugido do céu'. Longo, merece ser lido inteiro, bem devagar...
Uma canção que se canta. Das antigas. Tem de ser das antigas. Para convocar a saudade. É a saudade que traz para dentro da sala a cena que aconteceu longe. Sem saudade o milagre não acontece.
Algo para se comer. O que é que José e Maria teriam comido naquela noite? Um pedaço de queijo, nozes, vinho, pão velho, uma caneca de leite tirado na hora. E deram graças a Deus.
E é preciso que se fale em voz baixa. Para não acordar a criança.
Naquela mesma noite, havia uma outra celebração no palácio de Herodes, o cruel. Ele tinha medo das crianças e mataria todas se assim o desejasse. A mesa do banquete estava posta: leitões assados, lingüiças, bolos e muito vinho... Os músicos tocavam, as dançarinas rodopiavam. Grande era a orgia.É. Cada um celebra o que escolhe. Acho que vou fazer uma sopa de fubá que tomarei com pimenta e torradas. E lerei poemas e ouvirei música. E farei silêncio quando chegar a meia-noite e, quem sabe, rezarei..."
De Rubem Alves (publicado pela Folha de S.Paulo, 27/11/2007)

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

"LEI SECA"

A recente Lei Federal n° 11.705, sancionada em 19 de junho de 2008, que alterou alguns dispositivos do Código de Trânsito Brasileiro e da Lei n° 9.294/1996, despontou trazendo certa controvérsia entre os motoristas brasileiros. Com a finalidade de estabelecer alcoolemia zero, de impor penalidades mais severas para o condutor que dirigir sob a influência de álcool e de obrigar os estabelecimentos comerciais em que se vendem ou oferecem bebidas alcoólicas a estampar, no recinto, aviso de que constitui crime dirigir em estado ébrio, esta lei já aparece como uma das mais rígidas no mundo.
Numa lista de oitenta e dois países pesquisados pela International Center For Alcohol Policies, instituição com sede em Washington (EUA), a nova lei brasileira, com limite de dois decigramas de álcool por litro sangue, é mais rígida que sessenta e três nações, iguala-se em rigidez a cinco e é mais tolerante que outras treze, onde o limite legal varia de zero a um decigrama.
Já apelidada, como tudo neste país que gera grande repercussão, de “Lei Seca”, esta norma traz uma nova realidade para o trânsito brasileiro, na busca da diminuição dos acidentes. Diferentemente do que ocorreu nos Estados Unidos nos anos 20 do século passado, onde lá, a “Lei Seca” tratava da proibição da venda de bebidas alcoólicas, aqui, a lei tem a conotação de impedimento total do consumo de álcool antes do ato de dirigir e da venda de produtos alcoólicos ao longo das rodovias federais.
Portanto, é importante salientar que não há qualquer restrição quanto à ingestão de bebidas alcoólicas. Assim, há um grande equívoco quanto à denominação da lei. Na realidade a lei não é “seca”, já que não proíbe que as pessoas bebam, mas sim que não dirijam após optarem por beber. Aí a importância de conhecê-la e saber qual a sua real proposta em favor da comunidade brasileira.
A bebida alcoólica está intensamente ligada à cultura dos brasileiros, faz parte da vida da população. Ela está sempre presente em solenidades como casamentos, batizados e festas, nos restaurantes e nas lanchonetes. É comum, na culinária brasileira, usá-la em doces e como tempero de algum tipo de carne. Em geral, a bebida alcoólica está relacionada aos momentos de lazer do povo brasileiro, por isso é impossível imaginar a idéia de retirá-la por completo, e por isso surgiram tantas discussões com relação a toda essa nova regulamentação.
De um lado estão aqueles que defendem a lei diante do alto índice de acidentes de trânsito causados por motoristas alcoolizados. De outro, estão os motoristas, com seus hábitos de ingerir bebida alcoólica, que, de maneira egoísta, alegam que o Estado não pode interferir em seus direitos. Afirmam ainda que a lei é inconstitucional quando diz que o motorista que se recusar a fazer exames de bafômetro e coleta de sangue para verificar a quantidade de álcool consumido estará sujeito às penalidades do artigo 165, do Código de Trânsito Brasileiro (multa e suspensão do direito de dirigir por 12 meses), uma vez que ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo.
Outro ponto crucial da polêmica está na nova redação do artigo 276, do Código de Trânsito Brasileiro, que diz que qualquer concentração de álcool por litro sangue sujeita o condutor às penalidades previstas no artigo 165. Porém, o parágrafo único tratou de criar uma possibilidade de tolerância, ao informar que o Órgão do Poder Executivo Federal disciplinará margens de tolerância para casos específicos.
Nesse sentido, o Decreto Federal n° 6.488, de 19 de junho de 2008, mesma data da Lei, esclarece em seu artigo 1°, § 2°, que enquanto não for editado o ato que trata da margem de tolerância, esta será de dois decigramas por litro de sangue ou um décimo de miligrama por litro de ar expelido dos pulmões, justamente para garantir uma proporcionalidade para cada caso.
É importante também ressaltar que, a bebida alcoólica é a causa maior do péssimo desempenho dos motoristas nas vias terrestres brasileiras. Os acidentes, com resultado morte ou lesão grave, representam o efeito da inconseqüência manifesta.
O álcool está diretamente ligado com a morte de 1,8 milhão de pessoas ao redor do globo terrestre (dados colhidos através de pesquisa da Organização Mundial da Saúde – OMS), só em território brasileiro, 35 mil pessoas morrem nas estradas todos os anos, com ênfase para os finais de semana e feriados, colocando, assim, o Brasil entre os países com a maior taxa de mortalidade no trânsito do mundo.
Pessoas alcoolizadas provocam mais acidentes, o que gera uma necessidade de atendimento, deslocamento de ambulância, bombeiros, custos públicos com hospital, tratamentos psicológicos para as vítimas, tratamentos fisioterápicos, reconstrução de postes, viadutos, enfim, tudo que de material possa ser afetado em conseqüência dos estragos.
Depois que a nova lei entrou em vigor, só na cidade de São Paulo a queda do índice de acidentes no trânsito foi de 57%. No estado de Minas Gerais, o balanço divulgado um mês depois da vigência da lei, pela Polícia Militar, indica que o número de acidentes diminuiu cerca de 21%, e o número de mortes no trânsito caiu 27%. No Distrito Federal, o mês de julho teve diminuição de 24% no número de mortos. Nas estradas federais, houve o menor índice de acidentes dos últimos quatro anos, menos 14,5% em relação ao ano passado. Como exemplo de benefício secundário, cinco hospitais municipais de São Paulo economizaram R$ 25 milhões em julho, assim, com essa economia, em um ano seria possível construir outro hospital.
Diante de tais dados, não apoiar essa lei seria uma irresponsabilidade.
Considero a Lei n° 11.705/2008 como uma evolução na sociedade brasileira, e como todo crescimento, sobrevirão mudanças. Certamente, a “Lei Seca” deve provocar uma transformação nos hábitos da comunidade, bem como uma conscientização cultural e educacional para todos os motoristas que transitam pelas vias de nosso país. Assim, com a ajuda de uma rigorosa fiscalização, será possível diminuir ainda mais o número de mortes causadas por acidentes de trânsito.
Se para evoluir teremos que mudar nossos hábitos, que eles sejam mudados. Se para proteger o direito à vida, devemos abrir mão do nosso direito de beber e dirigir, que isso aconteça. Que a nossa prioridade, como sociedade brasileira, possa ser buscar sempre o bem comum, onde todos são iguais perante a lei, garantindo-se a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade e à segurança.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

APROVEITANDO A VIDA

Um homem pode ter cem filhos e viver muito anos. No entanto, se não desfrutar as coisas boas da vida, digo que uma criança que nasce morta e nem ao menos recebe um enterro digno tem melhor sorte que ele”. Eclesiastes 6:3
Como posso desfrutar as coisas boas da vida? Muitas vezes a impressão que tenho é que deixamos de fazer as coisas boas da vida quando resolvemos seguir a Jesus. Pelo menos, essa é a imagem que o mundo tem quando olha para Igreja, somos o povo que tem o acesso proibido ao prazer. Enquanto todos aproveitam a vida livremente, os crentes se fecham nos seus templos e passam a vida lutando contra as suas vontades.
Então, como resposta a essas questões, saímos por ai anunciando que na verdade somos um povo livre e que não estamos presos ao pecado. Podemos cantar livremente na presença do Pai, podemos escolher não viver os prazeres do mundo, podemos nos divertir sem drogas, sem sexo, sem baladas... Batemos forte nessa tecla, e travamos uma luta onde a principal questão é saber quem realmente é livre.
Mas o que será que Salomão quis dizer com a expressão “desfrutar as coisas boas da vida”? Ainda mais ele, um rei que não recusou dar prazer algum ao seu coração, que jamais negou o que os seus olhos desejaram, e que quando chegou ao fim da vida percebeu que tudo foi inútil, tudo foi como correr atrás do vento. Depois de toda essa percepção da vida quais seriam as “coisas boas" na visão do rei Salomão?
A verdade é que jamais seremos totalmente livres. Ou somos escravos de nós mesmos e livres de Deus, ou somos escravos de Deus e livres de nós mesmos. Salomão durante toda a sua vida preferiu ser escravo dele mesmo e livre de Deus, e no final dela suas principais palavras foram “... que grande inutilidade, nada faz sentido... não há nenhum proveito no que se faz debaixo do sol...”.
Nessa perspectiva consigo entender quando Jesus me diz que para ganhar a vida é necessário perdê-la. Assim, quero chegar ao fim dos meus dias, olhar para trás e dizer que valeu a pena. Quero viver a vida abundante prometida por Jesus. Quero aproveitar as coisas boas da vida ao lado do meu melhor amigo Jesus. Assim como o apóstolo Paulo, quero chegar ao final de tudo e dizer que “combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé. Agora me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a sua vinda”.

terça-feira, 24 de junho de 2008

QUERO SER O TEU LAR

“Quero ser o teu lar”. Tenho cantado essa frase a semana toda. Isso me faz lembrar as vezes que viajávamos em família, e sempre quando voltávamos pra casa, e tudo estava em ordem, minha mãe, feliz, dizia: “é muito bom chegar na nossa casa arrumadinha...”.
Então comecei a pensar no que implicaria ser o lar de Jesus. Quero agradá-lo. Para isso preciso manter essa moradia organizada e fazer o possível para tudo estar limpo e no lugar. O melhor é que quando Ele vem habitar em mim tudo se transforma. Ele me ajuda nessa limpeza, principalmente naqueles cantos que eu nem imaginava que existiam.
Quando ouvimos a voz de Jesus e abrimos a porta para Ele entrar, assumimos o compromisso de manter a casa em ordem. Não é fácil, uma vez que a nossa tendência é não fazer a manutenção do nosso coração. Limpeza implica em deixar que o Senhor entre com a sua luz nos lugares mais escuros da nossa vida, e remova de lá tudo que vai contra a sua natureza divina.
Essa semana eu tenho cantado que quero ser o lar daquele que me criou. Não importa quão cansativa for essa limpeza, vou encará-la, o verdadeiro Dono da casa vai me ajudar. Quero que a minha vida seja um grande banquete para o Pai, aonde eu e Ele vamos nos sentar, comer e conversar sobre os assuntos mais variados. Vamos compartilhar nossos projetos e sonhos. Quero ouvir o que Ele pensa de mim. Quero conhecer os planos que Ele tem para a minha existência. Quero me alimentar com a sua presença e adorá-lo em espírito e em verdade.

Nele, que é Perfeito, mas consegue habitar em casas imperfeitas,

João Haroldo Bertrand

sexta-feira, 7 de março de 2008

EU VIVO CORRENDO

Eu vivo correndo,
só nao sei o porque;
levanto, converso, dou aula,
preciso chegar na hora.
Já vou pensando na volta;
a música no rádio não para.
Almoço, trabalho e já volto,
nao deu pra acabar.
Saio chamando, o tempo não para.
Estudo, Luto e o barulho
cada vez maior não me deixa pensar.
No final já volto e me deito,
então o silêncio começa a gritar.
Onde estão as luzes,
a música e a festa?
Parado me volto pra dentro.
E bem lá dentro de mim uma brisa
leve e suave me diz:
"Lança a tua ansiedade
porque tenho cuidado de ti".
05/03/2008

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

SERVO INÚTIL

“Não quero os títulos de papa, cardeal, arcebispo, bispo, patriarca, apóstolo, 'paipóstolo' ou outros parecidos. Quero um título que não me custe dinheiro, que tenha em si a essência do evangelho e que eu possa ostentar sem nenhum constrangimento. Que seja merecido e de verdadeira nobreza e tenha a aprovação do Senhor. Até dispenso mordomias, como passagem para Israel, painel de oração folheado a ouro, kit New Land e jantar de gala. Quero alcançar o título dos meus sonhos e colocá-lo na parede da sala ou do escritório, bem à vista. Refiro-me ao título de nobreza SERVO INÚTIL, mencionado pelo próprio Jesus: ‘Depois de haverdes feito tudo quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que deveríamos fazer’ (Lucas 17:10)”.

Venefredo Barbosa Vilar

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

O GRANDE AMOR DE DEUS

“Alguma coisa pode me fazer parar de amar você? Escuta falar a sua língua, dormir na sua terra e sentir as suas dores. Veja o Criador da visão e do som enquanto Ele respira, tosse e assoa o nariz. Você me pergunta se eu entendo como você se sente? Olhe nos olhos alegres da criança em Nazaré; é Deus indo para escola. Pense na criancinha à mesa de Maria; é Deus derramando o leite.
Você se pergunta até quando meu amor durará? Encontre sua resposta em uma cruz cheia de lascas, em uma colina escarpada. Sou eu, seu Criador, seu Deus, que você vê lá em cima. Transpassado por cravos e jorrando sangue; todo cuspido e molhado pelo pecado. É o seu pecado que estou sentindo. É a sua morte que estou morrendo. É a sua ressurreição que estou vivendo. Isso é o quanto eu amo você.
Alguma coisa pode nos separar? Ouça a resposta e firme seu futuro nas palavras de Paulo: 'Estou convencido de quem nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor' (Romanos 8:38,39)”.
Max Lucado, "Dias Melhores Virão", cap. 2, p. 33,34

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

2008

Nesse novo ano quero ser mais amigo de Deus, me relacionar com o Pai de tal forma que o meu caráter se torne igual ao dEle. Quero viver como Jesus viveu, orar como Ele orou, servir como Ele serviu, amar como Ele me ama e perdoar como Ele me perdoou. Vou procurar fazer mais e falar menos, aparecer menos, diminuir para que o Senhor cresça. Vou buscar relacionamentos que possa levar para vida eterna, valorizar momentos com minha família, fortalecer amizades. Terei mais momentos a sós, onde poderei admirar as noites enluaradas, o formato das nuvens, a beleza das flores, louvar e ouvir o Criador. Vou valorizar o silêncio e os meus momentos de leitura. Quero compor canções que falem de amor e exaltem a Deus. Quero passar mais tempo orando, e quando for orar, vou entrar no meu quarto e falar com meu Pai, que está em secreto, e então Ele me recompensará.